SÃO PAULO FUTEBOL CLUBE

CNPJ/MF nº 60.517.984/0001-04
Fundação: 25 de janeiro de 1930
Apelidos: O Mais Querido, Clube da Fé, SPFC, Tricolor Paulista.
Esquadrão de Aço (30-35), Tigres da Floresta (30-35), Rolo Compressor (38-39, 43-49), Tricolor do Canindé (44-56), Rei da Brasilidade (50-60), Tricolor do Morumbi (60-), Máquina Tricolor (80/81), Tricolaço (80/81), Menudos do Morumbi (85-89), Máquina Mortífera (92/93), Expressinho Tricolor (94), Time de Guerreiros (2005), Soberano (2008), Jason (08-09), Exército da Salvação (2017), O Mais Popular (2023), Campeão de Tudo (2024).
Mascote: São Paulo, o santo.
Lema: Pro São Paulo FC Fiant Eximia (Em prol do São Paulo FC façam o melhor).
Endereço: Pr. Roberto Gomes Pedrosa, 1. Morumbi; São Paulo - SP. CEP: 05653-070.
Site Oficial: www.saopaulofc.net
E-mail: site@saopaulofc.net
Telefone: (55-0xx11) 3749-8000. Fax: 3742-7272.

domingo, 9 de dezembro de 2007

Grandes Reportagens

No TOPO do Mundo

A vitória em Tóquio põe o tricolor no ponto mais alto do futebol mundial e consagra uma geração.

O relógio do Estádio Nacional de Tóquio marcava 12h02 quando o Barcelona deu a saída para a decisão do título mundial interclubes contra o São Paulo. A caminho do estádio Nacional de Tóquio, o ônibus são-paulino ia recebendo gritos de incentivo em cada esquina. "Kudassai, kudassai (boa sorte, boa sorte)", gritavam estudantes em seus sisudos uniformes azul-marinho e bandeiras tricolores nas mãos. Na chegada dos times ao estádio, enquanto o São Paulo era ovacionado com entusiasmo, o Barcelona só ganhou aplausos do comitê de recepção organizado pela Toyota.

Essa inequívoca escolha dos torcedores continuou ao longo da partida. Bastava o time espanhol pegar na bola para buzinas infernais soarem pelo estádio. Os brasileiros, ao contrário, eram aplaudidos. Mas foi o Barcelona que marcou primeiro, com Stoitchkov, logo aos 12 minutos. Até esse momento os dois times apenas se estudavam. Em desvantagem, os são-paulinos passaram a praticar um futebol mais agressivo. Aos 17, Raí enfiou a bola entre as pernas de Bakero e cruzou forte e rasteiro. Palhinha, livre na marca do pênalti, não conseguiu dominar e perdeu a chance. Zubizarreta continuou a trabalhar, como num chute traiçoeiro de Ronaldo Luís. Com muito esforço o goleiro espanhol botou para escanteio.

O empate era uma questão de tempo e calma. Finalmente, aos 27, Müller escapou pela esquerda, deu um drible espetacular em Ferrer e cruzou a meia-altura. Raí, de barriga, completou para as redes.

O Barcelona não alterou sua maneira de jogar. Tocava a bola diabolicamente, tentando atrair o São Paulo. O time brasileiro, porém, não caiu na armadilha. Plantado em seu campo, contragolpeava sempre com perigo, principalmente com Müller. Aos 34, o atacante entrou por trás da defesa espanhola e encobriu Zubizarreta, mas Ferrer salvou em cima da linha. A resposta do Barça veio aos 45. Beguiristain driblou Vítor, Adílson e Zetti e tocou para o gol aberto. O lateral Ronaldo Luís salvou também em cima da linha.

Era um jogo de gigantes. De dois times conscientes, técnicos, procurando pacientemente o momento certo de decidir o título. "A qualidade do São Paulo está em seu conjunto, mas há jogadores, como Raí, que podem decidir uma partida", dizia o líbero Ronald Koeman ao desembarcar em Tóquio dias antes. Foi uma frase profética. Aos 34 do segundo tempo, cobrando com perfeição uma falta a dois metros da grande área, Raí colocava o São Paulo em vantagem. Não tinha mais jeito. E bastou o juiz argentino Juan Carlos Lostau decretar o fim da partida, para dezenas de torcedores e japoneses de rostos pintados de preto, vermelho e branco invadirem o gramado. O rígido esquema de segurança do campo ia para o espaço e os organizadores, atônitos, assistiam a um legítimo carnaval à brasileira no gramado.

A festa continuou no vestiário, percorreu as ruas de Tóquio junto com o ônibus do São Paulo e chegou à temperatura máxima na manhã de terça-feira, 15, quando os novos donos do mundo desembarcaram no Aeroporto Internacional de Cumbica. A partir das 3h da manhã chegaram os primeiros torcedores da Falange Tricolor e, quando o avião aterrisou, às 7, o saguão já estava superlotado por cerca de 5 mil são-paulinos. Bastou surgir a taça para a festa ganhar ares de alegre loucura. O elenco passou, então, a cantar o hino do clube entusiasticamente. Embriagados de emoção e repetindo os gritos de guerra da torcida, os jogadores provaram que o São Paulo é um clube diferenciado. E o melhor time do planeta.

Republicado na Coleção Grandes Reportagens de Placar - São Paulo. Editora Abril - Nov/01.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Grandes Taças